segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

EDUCADORES

        Acho que todo o ser humano adulto maduro é um educador, independente da sua profissão, independente de ter filhos ou não, independente de ser professor.
Nossas atitudes “civis” determinam o grau de educação que desejamos vivenciar com os que nos cercam. Penso que nos dias que correm em nosso país, a tarefa de educadores que nos cabe, está falida e totalmente sem argumentos para se sustentar.
Como ensinar que a ética e a honestidade devem prevalecer sempre? Quem vai acreditar em verdade, se nos altos escalões vigora a mentira deslavada e frívola?   Quem vai acreditar em justiça, se os mesmos de sempre tripudiam, debocham, e conseguem, o que é pior e absurdo, transformar delitos em esquecimento nacional?
Até os professores, falo os de sala de aula, perderam em muito, a capacidade de educar, quando uma grande parcela apela até para a truculência política/partidária. O exemplo que deveriam dar em sala de aula, se perde nas atitudes externas de  mobilização e isso, ano após ano, governo após governo há muitos e muitos anos.
Enfim, é triste assistir o esvaziamento moral de uma nação por falta de modelos reais e norteadores. Uma nação é como uma família: não adianta conversa, o que adianta são atitudes exemplares.  E isso, esta nação tão cheia de futuro, perdeu sem vergonha nenhuma na cara.
Sou um trabalhador de ficção.  Busquei em toda a minha trajetória, desde a militância política e associativa, a educação como arma de crescimento e amadurecimento do ser humano, desde a infância.   Sou diretor teatral há 41 anos, penso como educador, mas teatro é ficção.  Basta as crianças saírem da porta do teatro e se depararem com a realidade das ruas, para esquecerem a bela peça que foi encenada.

 Ronald Radde
Dramaturgo e Diretor da Cia. Teatro Novo.  

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